quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Grito de Alerta

Primeiro você me azucrina, me entorta a cabeça, me bota na boca um gosto amargo de fel.
Depois vem chorando desculpas, assim meio pedindo, querendo ganhar um bocado de mel.
Não vê então, eu me rasgo, engasgo, engulo, reflito, estendo a mão.
E assim nossa vida é um rio secado e eu vou perguntando: até quando?
São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo, amassando aos poucos com o nosso ideal.
São frases perdidas num mundo de gritos e gestos, num jogo de culpa que faz tanto mal.
Não quero a razão, pois eu sei o quanto estou errado, o quanto eu já fiz destruir.
Só sinto no ar o momento em que o copo está cheio e que não dá mais pra engolir.
Veja bem, nosso caso é uma porta entreaberta, eu busquei a palavra mais certa, vê se entende o meu grito de alerta!
Veja bem, é o amor agitando o meu coração, há um lado carente dizendo que sim e essa vida da gente gritando que não.

Gonzaguinha

Gestos minuciosamente bem expressados. Adoro essa música! :)

2 comentários:

Isabela disse...

"São tantas coisinhas miúdas, roendo, comendo, amassando aos poucos com o nosso ideal."

Justamente.

Camila F. disse...

"São frases perdidas num mundo de gritos e gestos, num jogo de culpa que faz tanto mal."


precisa dizer mais nada né, ou...
Justamente, ao quadrado!
aiusdhiuad

adorei a música!